Gilmar Mendes analisa queda de popularidade do governo Lula

Gilmar Mendes vê impopularidade de Lula como fenômeno momentâneo.
Decano do STF analisa cenário político.
O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), expressou sua visão sobre a recente queda de popularidade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em declarações feitas segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025, Mendes caracterizou a atual baixa aprovação do governo como “mais fotografia do que filme”, sugerindo que se trata de um fenômeno possivelmente transitório. O magistrado, conhecido por suas análises contundentes do cenário político brasileiro, argumentou que a percepção negativa atual pode não refletir necessariamente uma tendência de longo prazo, mas sim um momento específico na trajetória da administração Lula.
“Eu acredito que esse quadro de impopularidade é mais uma fotografia do que um filme. É mais a revelação de um dado momento que exige do governo ações”, disse o ministro em entrevista à revista Veja.
Para Gilmar Mendes, além da inflação e da taxa de juros alta, a dificuldade de cortar gastos também tem desagradado a população.
Ele ressaltou, no entanto, que o governo tem mostrado números positivos, como a taxa de crescimento de 3% no ano passado e a queda do desemprego.
A avaliação de Gilmar Mendes surge em um contexto de crescente preocupação no Palácio do Planalto com os índices de aprovação do governo. Pesquisas recentes têm apontado para uma queda significativa na popularidade do presidente Lula, com apenas 24% de aprovação, o que representa o pior desempenho desde o início de seu terceiro mandato. Este cenário tem levado a uma série de reflexões e debates nos círculos políticos e jurídicos do país sobre as causas dessa insatisfação popular e suas possíveis implicações para a governabilidade. O ministro, ao caracterizar a situação como uma “fotografia”, sugere que fatores conjunturais podem estar influenciando essa percepção negativa, sem necessariamente indicar uma crise estrutural ou de longo prazo no governo.
A análise de Mendes ganha relevância não apenas por sua posição como membro mais antigo da Suprema Corte, mas também por sua trajetória de observações agudas sobre a dinâmica política nacional. Ao comparar a situação atual a uma fotografia, em contraste com um filme, o ministro parece indicar que a avaliação do governo deve ser feita considerando um horizonte temporal mais amplo. Esta perspectiva sugere que, na visão do decano, seria prematuro tirar conclusões definitivas sobre o desempenho do governo Lula baseando-se apenas nos índices atuais de aprovação. A metáfora utilizada por Mendes convida a uma reflexão mais profunda sobre os ciclos de popularidade governamental e como eles podem ser influenciados por eventos pontuais ou crises momentâneas.
O posicionamento do ministro Gilmar Mendes sobre a impopularidade do governo Lula abre caminho para um debate mais amplo sobre a volatilidade da opinião pública e os desafios enfrentados pela atual administração. Enquanto alguns analistas políticos veem na queda de aprovação um sinal de alerta para possíveis mudanças de rumo nas políticas governamentais, outros, alinhados com a visão expressa por Mendes, argumentam que é necessário um período mais longo para avaliar de forma justa o desempenho do governo. O cenário político dos próximos meses será crucial para determinar se a atual baixa popularidade é, de fato, apenas uma “fotografia” momentânea ou se representa o início de uma tendência mais duradoura que poderia impactar significativamente o restante do mandato do presidente Lula.
O ministro também falou sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado, frisando que, após a denúncia, a defesa pode se pronunciar sobre as acusações.
Gilmar Mendes descartou a viabilidade de um projeto de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, que poderia beneficiar Bolsonaro. Ele afirmou que alguns crimes são “muito próximos do terrorismo” e, por isso, não deveriam ser contemplados por perdões.
“Não vejo condições para que esse debate prossiga na vida jurídica, mas entendo a perspectiva política, a ideia de falar-se em exagero judicial, de tentar minimizar os fatos do 8 de Janeiro. Nós não podemos nunca esquecer esses fatos e seus contextos”, disse o decano do Supremo Tribunal Federal.