Lula critica preço do ovo e promete ação para reduzir custos

Lula promete ação contra alta no preço dos ovos e garante queda nos valores.
Presidente critica valor de R$ 40 por caixa e anuncia medidas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou preocupação com o aumento no preço dos ovos no Brasil, classificando como “absurdo” o valor de R$ 40 por caixa com 30 unidades. Em entrevista à Rádio Tupi FM na quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025, o chefe do Executivo anunciou que pretende realizar reuniões com atacadistas para discutir formas de reduzir os custos para o consumidor final. Lula destacou a importância de equilibrar as exportações com o abastecimento do mercado interno, afirmando que o Brasil se tornou “quase o supermercado do mundo”. O presidente ressaltou que, embora seja favorável às exportações, é fundamental garantir que não faltem produtos para a população brasileira.
A alta nos preços dos ovos é resultado de uma combinação de fatores, incluindo o aumento nos custos de produção, condições climáticas adversas e a crescente demanda internacional pelo produto brasileiro. De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço da caixa com 30 dúzias de ovos registrou um aumento de 61% nos últimos 22 meses, saltando de R$ 134 para R$ 227. Especialistas apontam que o calor intenso, a elevação no preço do milho – principal insumo para a alimentação das aves – e a proximidade da Quaresma são fatores que contribuíram para essa elevação significativa. Além disso, a gripe aviária nos Estados Unidos tem levado outros países a importarem mais ovos do Brasil, pressionando ainda mais os preços no mercado interno.
O presidente Lula enfatizou que as questões climáticas têm impactado diretamente a inflação dos alimentos no país. Ele mencionou os “momentos muito cruciais” enfrentados pelo Brasil nos últimos meses, citando as ondas de calor intenso, as queimadas e as chuvas torrenciais como vilões para o aumento dos preços. Apesar desse cenário desafiador, Lula se mostrou otimista quanto à possibilidade de reverter a situação. O chefe de Estado garantiu que os preços dos alimentos, incluindo os ovos, irão cair. Ele fez um paralelo com a recente queda no preço da carne, afirmando que o povo brasileiro voltará a consumir itens como picanha e costela. Lula também destacou o papel da reforma tributária como aliada na redução dos preços, mencionando a isenção de impostos para produtos da cesta básica como uma medida para baratear o custo de vida da população.
A promessa de Lula de intervir na questão dos preços dos ovos reflete uma preocupação mais ampla do governo com a inflação dos alimentos e seu impacto no poder aquisitivo dos brasileiros. O presidente reconheceu que não é possível controlar os preços “do dia para a noite”, mas reiterou seu compromisso em trabalhar para tornar os alimentos mais acessíveis à população. A estratégia anunciada de dialogar com os atacadistas demonstra uma abordagem que busca equilibrar os interesses do setor produtivo com as necessidades dos consumidores. Enquanto o governo federal se mobiliza para enfrentar essa questão, especialistas em economia e agronegócio acompanham de perto os desdobramentos, avaliando o potencial impacto das medidas propostas no mercado de ovos e em outros setores da cadeia alimentar. A eficácia dessas ações será crucial para determinar se o Brasil conseguirá, de fato, reduzir os preços dos alimentos e melhorar o acesso da população a itens básicos da dieta, como os ovos.
Perspectivas para o mercado de alimentos no Brasil
As declarações do presidente Lula sobre a redução nos preços dos alimentos, especialmente dos ovos, abrem um debate importante sobre as políticas econômicas e agrícolas do país. A capacidade do governo de articular soluções junto ao setor produtivo, sem comprometer as exportações que são cruciais para a economia brasileira, será determinante para o sucesso dessas iniciativas. Enquanto isso, consumidores e produtores aguardam ansiosamente por medidas concretas que possam equilibrar o mercado e tornar os alimentos mais acessíveis, mantendo a viabilidade econômica da produção nacional.