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Bolsonaristas tentam mudar foco de denúncia contra ex-presidente

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Aliados de Bolsonaro tentam desviar atenção para processo contra Moraes.

Estratégia nas redes sociais busca ofuscar denúncia da PGR.

Após a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, seus aliados iniciaram uma intensa disputa nas redes sociais para mudar o foco das acusações. A estratégia bolsonarista visa desviar a atenção da suposta implicação de Bolsonaro em uma trama golpista, da qual é suspeito de liderar, para um processo movido contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, nos Estados Unidos. Esta manobra digital ocorre em um momento crítico para o ex-mandatário, que enfrenta sérias acusações que podem resultar em consequências jurídicas significativas. A mobilização online demonstra a tentativa de criar uma narrativa alternativa, buscando minimizar o impacto da denúncia da PGR no cenário político e na opinião pública.

O epicentro desta contraofensiva midiática tem sido as plataformas digitais, com destaque para as ações do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente. O parlamentar tem sido um dos principais amplificadores do caso envolvendo o ministro Moraes, publicando conteúdos tanto em português quanto em inglês. Suas postagens frequentes utilizam palavras-chave estratégicas como “governo Lula”, “corrupção” e “censura”, visando aumentar o engajamento e a visibilidade das publicações. Esta tática revela uma abordagem calculada para internacionalizar a narrativa e atrair atenção global para o processo contra Moraes, enquanto tenta diminuir o peso das acusações contra Bolsonaro. A ação judicial nos EUA, movida pela plataforma Rumble e pela empresa Trump Media, alega que Moraes violou a legislação americana ao ordenar a suspensão da conta do blogueiro Allan dos Santos, um aliado bolsonarista foragido da justiça brasileira.

Paralelamente à estratégia de mudança de foco, os apoiadores de Bolsonaro adotam outras táticas para diluir a repercussão das acusações contra o ex-presidente. Uma dessas abordagens consiste em inundar as redes sociais com assuntos variados, criando um ruído informacional que dificulta a concentração da atenção pública na denúncia da PGR. Além disso, há um esforço coordenado para reforçar o chamado às manifestações bolsonaristas programadas para 16 de março. Parlamentares como o deputado federal Carlos Jordy têm utilizado suas plataformas para promover estes eventos, descrevendo Bolsonaro como a “maior liderança política da América Latina” e alegando que ele é vítima de “covardia”. Esta mobilização para atos públicos demonstra uma tentativa de transformar o apoio popular em um contrapeso às acusações legais, buscando criar uma narrativa de perseguição política contra o ex-presidente.

Enquanto a batalha narrativa se desenrola nas redes sociais, a defesa jurídica de Bolsonaro também se movimenta. Em nota oficial, os advogados do ex-presidente classificaram a denúncia da PGR como “inepta”, “precária” e “incoerente”. Argumentam que as acusações são baseadas em um acordo de colaboração “fantasioso” do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência. A defesa ainda afirma que, apesar de quase dois anos de investigações, nenhum elemento concreto foi encontrado que conectasse Bolsonaro à narrativa construída na denúncia. Esta resposta legal, combinada com a estratégia de comunicação nas redes sociais, ilustra uma abordagem em duas frentes: uma jurídica e outra de opinião pública, ambas visando desacreditar as acusações e manter a base de apoio do ex-presidente mobilizada diante do que seus aliados caracterizam como uma perseguição política.

Cenário político se intensifica com embates judiciais e midiáticos

O desenrolar destes eventos evidencia um momento de intensa polarização no cenário político brasileiro, onde estratégias de comunicação e manobras jurídicas se entrelaçam na disputa pela narrativa dominante. A eficácia dessas táticas e seu impacto no processo legal contra Bolsonaro permanecem incertos, mas certamente continuarão a moldar o debate público nos próximos meses, influenciando a percepção da sociedade sobre as instituições democráticas e o sistema de justiça do país.