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Carrefour França propõe fechar capital do Carrefour Brasil

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Carrefour França quer tirar subsidiária brasileira da Bolsa.

Proposta de fechamento de capital impulsiona ações.

O grupo varejista francês Carrefour surpreendeu o mercado na terça-feira (11) ao anunciar uma proposta para fechar o capital de sua subsidiária brasileira, o Carrefour Brasil. A oferta, que prevê pagar até R$7,70 por ação aos acionistas minoritários, provocou uma disparada de 10% nas ações da empresa na B3, a bolsa de valores de São Paulo. A transação, se concretizada, resultará na saída do Carrefour Brasil do Novo Mercado da B3, onde está listado desde 2017. O anúncio foi feito por meio de fato relevante divulgado pela companhia, confirmando informações antecipadas mais cedo pela agência Bloomberg. Segundo o comunicado, as negociações sobre os termos da potencial transação já estariam em estágio avançado entre o controlador francês e um comitê especial independente nomeado pelo conselho de administração do Carrefour Brasil.

A proposta do Carrefour França oferece três opções aos atuais acionistas do Carrefour Brasil. Eles poderão trocar suas ações ordinárias por R$7,70 em dinheiro, receber o equivalente em ações do Carrefour listadas na bolsa de Paris ou BDRs (Brazilian Depositary Receipts), ou ainda optar por uma combinação entre ações e R$3,85 em dinheiro. O preço oferecido representa um prêmio de 32% sobre a cotação média ponderada por volume das ações entre meados de janeiro e fevereiro deste ano, segundo a empresa. Atualmente, o grupo francês detém cerca de 67,4% do capital do Carrefour Brasil, que tem entre seus principais acionistas minoritários o family office Península, da família Diniz, com 7,3% de participação. O valor de mercado da subsidiária brasileira estava em torno de R$13,84 bilhões antes do anúncio da proposta.

O movimento do Carrefour França ocorre em um momento desafiador para o setor varejista no Brasil, marcado por alta competição, pressões inflacionárias e mudanças nos hábitos de consumo. Nos últimos 12 meses, as ações do Carrefour Brasil acumulavam desvalorização de quase 40%, refletindo as dificuldades enfrentadas pela companhia e pelo setor como um todo. A proposta de fechamento de capital é vista por analistas como uma tentativa do grupo francês de simplificar sua estrutura societária e ter maior flexibilidade na gestão da operação brasileira, considerada estratégica para seus negócios globais. Para a família Diniz, que já possui uma participação relevante na matriz francesa do Carrefour, a transação pode representar uma oportunidade de aumentar sua influência no grupo como um todo, trocando sua fatia na subsidiária brasileira por uma participação maior na controladora francesa.

A potencial saída do Carrefour Brasil da B3 levanta questionamentos sobre o futuro do setor de varejo alimentar na bolsa brasileira, que já viu outras grandes redes deixarem o mercado de capitais nos últimos anos. Caso a transação seja aprovada pelos acionistas e reguladores, o Carrefour Brasil se juntará a uma lista de empresas que optaram pelo fechamento de capital recentemente, em busca de maior agilidade operacional e menor exposição às volatilidades do mercado acionário. Para os investidores minoritários, a oferta representa uma chance de saída com prêmio em relação às cotações recentes, em um cenário de incertezas para o setor. O próximo passo será a análise detalhada da proposta pelo comitê independente e pelos acionistas, com expectativa de definição sobre o futuro da companhia na bolsa brasileira nos próximos meses.