UE ameaça retaliar EUA após Trump anunciar tarifas sobre aço e alumínio

Bloco europeu promete resposta firme a medida protecionista.
A nova rodada de tensões comerciais entre EUA e UE ocorre em um momento delicado para as relações bilaterais. Nos últimos anos, os laços entre Washington e Bruxelas já vinham se deteriorando em função de divergências em temas como mudanças climáticas, acordo nuclear com o Irã e contribuições para a OTAN. A decisão de Trump de impor tarifas sobre o aço e o alumínio, no entanto, representa uma escalada significativa ao atingir diretamente interesses econômicos europeus. O setor siderúrgico é estratégico para diversos países do bloco, como Alemanha, França e Itália. Analistas avaliam que a medida pode custar bilhões de euros à indústria europeia e milhares de empregos.
Do lado americano, Trump justifica as tarifas como necessárias para proteger produtores domésticos e a segurança nacional dos EUA. O presidente alega que o excesso de capacidade global, especialmente da China, tem prejudicado a indústria siderúrgica americana. Críticos, no entanto, apontam que a medida pode ter o efeito oposto ao encarecer insumos para diversos setores da economia e prejudicar consumidores. Há também preocupações de que as tarifas possam desencadear uma espiral de retaliações comerciais em escala global. Além da UE, outros parceiros comerciais dos EUA, como Canadá, México e Brasil, já sinalizaram que podem adotar contramedidas caso sejam atingidos. A China, principal alvo da ofensiva de Trump, também prometeu “responder com força” a qualquer aumento de tarifas.
O cenário para os próximos meses é de elevada incerteza. Negociadores europeus e americanos devem intensificar contatos nos próximos dias para tentar chegar a um entendimento antes que as tarifas entrem em vigor. Caso não haja acordo, a UE já indicou que pode levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC). Paralelamente, o bloco europeu prepara uma lista de produtos americanos que podem ser alvo de tarifas retaliatórias, incluindo itens emblemáticos como bourbon, jeans e motocicletas Harley-Davidson. A escalada da disputa comercial entre EUA e UE ameaça prejudicar a recuperação econômica global e adicionar mais instabilidade ao já conturbado cenário geopolítico internacional.
Impactos da disputa comercial preocupam analistas
Economistas alertam que uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo pode ter consequências graves para o crescimento global. O aumento de barreiras comerciais tende a elevar custos, reduzir a competitividade e prejudicar consumidores. Há também o risco de que as tensões comerciais contaminem outras áreas da relação EUA-UE, como cooperação em segurança e defesa. Nos próximos meses, as negociações entre Washington e Bruxelas serão cruciais para determinar se prevalecerá o pragmatismo ou se o mundo caminhará para um cenário de maior fragmentação econômica.