Mercado prevê inflação mais alta e PIB menor para 2025 e 2026

Mercado revisa projeções e prevê inflação mais alta e PIB menor para 2025 e 2026.
Boletim Focus traz perspectivas econômicas atualizadas.
O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (10) pelo Banco Central apresenta uma revisão nas expectativas econômicas para o Brasil nos próximos anos. De acordo com o relatório, que reúne as projeções de analistas do mercado financeiro, a economia brasileira deve enfrentar um cenário de desaceleração do crescimento e aumento da inflação em 2025 e 2026. As novas estimativas apontam para uma redução na previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB) e uma elevação nas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação no país.
Para o ano de 2025, os analistas consultados pelo Banco Central reduziram a expectativa de crescimento do PIB de 2,06% para 2,03%. Já para 2026, a projeção de expansão da atividade econômica foi ajustada de 1,72% para 1,70%. Essa revisão para baixo reflete uma perspectiva de menor dinamismo da economia brasileira nos próximos anos, possivelmente influenciada por fatores como o cenário internacional incerto, desafios fiscais internos e a necessidade de ajustes macroeconômicos. Paralelamente, as projeções para a inflação foram elevadas, indicando uma pressão maior sobre os preços. O IPCA estimado para 2025 subiu de 5,51% para 5,58%, enquanto para 2026 a expectativa avançou de 4,28% para 4,30%. Ambas as projeções estão acima da meta de inflação perseguida pelo Banco Central, fixada em 3% para os dois anos, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
O cenário de inflação mais elevada tem implicações diretas na política monetária do país. Com a pressão inflacionária persistente, o mercado manteve suas projeções para a taxa básica de juros (Selic) em patamares elevados. A expectativa é que a Selic permaneça em 15% ao final de 2025 e em 12,50% no encerramento de 2026. Além disso, houve uma revisão para cima na previsão da taxa para 2027, passando de 10,38% para 10,50%. Esse quadro de juros altos por um período prolongado pode contribuir para a desaceleração do crescimento econômico, criando um desafio para as autoridades monetárias em equilibrar o controle da inflação com o estímulo à atividade econômica. O Boletim Focus também destaca que os preços administrados, como tarifas de energia elétrica e combustíveis, continuam sendo um fator de preocupação, pois têm potencial para pressionar ainda mais o índice de inflação nos próximos anos.
As revisões nas projeções econômicas refletem um cenário desafiador para o Brasil nos próximos anos. A combinação de crescimento mais baixo com inflação mais alta pode impactar negativamente o poder aquisitivo da população e dificultar investimentos produtivos. Diante desse panorama, espera-se que o governo e o Banco Central adotem medidas para estimular a economia e controlar a inflação, buscando um equilíbrio que permita retomar uma trajetória de crescimento sustentável. O mercado financeiro continuará monitorando de perto os indicadores econômicos e as decisões de política econômica, podendo ajustar suas projeções conforme novos dados sejam divulgados. A evolução desse cenário terá impactos significativos não apenas na economia brasileira, mas também nas estratégias de investimento e nas expectativas de empresas e consumidores para os próximos anos.