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Estudo revela que café, vinho e chocolate podem reduzir risco de síndrome metabólica

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Pesquisa brasileira aponta benefícios dos polifenóis.

Uma pesquisa inovadora realizada no Brasil revelou que uma dieta rica em alimentos como uva, morango, açaí, laranja, chocolate, vinho e café pode reduzir em até 23% o risco de desenvolver síndrome metabólica. O estudo, considerado o maior do mundo a associar os efeitos do consumo de polifenóis na proteção contra problemas cardiometabólicos, foi conduzido com mais de 6 mil participantes ao longo de oito anos. Os resultados, publicados no renomado Journal of Nutrition, trazem uma boa notícia para os apreciadores desses alimentos, destacando o potencial dos compostos bioativos conhecidos como polifenóis na prevenção de alterações hormonais e metabólicas que elevam o risco de doenças cardiovasculares.

A pesquisa, liderada por cientistas da Universidade de São Paulo (USP), analisou dados de 6.378 indivíduos participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Ao longo do período de observação, 2.031 participantes desenvolveram síndrome metabólica, caracterizada pela combinação de pressão alta, obesidade abdominal, níveis sanguíneos elevados de açúcar, triglicerídeos e colesterol. O diagnóstico é geralmente estabelecido quando o indivíduo apresenta pelo menos três desses cinco fatores. A prevalência da síndrome metabólica tem aumentado significativamente no Brasil, saltando de 29,6% em 2013 para 33% em 2022, o que torna os achados deste estudo ainda mais relevantes para a saúde pública.

Os pesquisadores identificaram mais de 8 mil tipos de polifenóis na natureza, sendo os mais estudados os ácidos fenólicos (presentes no café e no vinho), os flavonoides (encontrados em frutas, feijão e chocolate), as lignanas (em sementes e laranja) e os estilbenos (na uva roxa e vinho tinto). A análise detalhada do consumo de 92 alimentos ricos em diferentes classes de polifenóis revelou que uma ingestão elevada de polifenóis totais, cerca de 469 miligramas por dia, estava associada à redução significativa do risco de síndrome metabólica. Particularmente interessante foi a descoberta de que o consumo de flavan3ol, uma subclasse de flavonoide, estava ligado a um risco 20% menor de desenvolver a síndrome. Na população estudada, o vinho tinto foi responsável por quase 80% da ingestão total deste composto, seguido pelo chocolate, que contribuiu com 10% do consumo.

As implicações deste estudo são vastas e promissoras para o campo da nutrição e saúde preventiva. Os resultados sugerem que a promoção de dietas ricas em polifenóis pode ser uma estratégia valiosa para reduzir o risco cardiometabólico na população. Além disso, o estudo destacou a importância da variedade alimentar, uma vez que a diversidade de fontes de polifenóis na dieta está associada a melhores efeitos na microbiota intestinal e, consequentemente, na saúde geral do indivíduo. Os pesquisadores planejam aprofundar ainda mais o estudo do papel dos polifenóis na proteção contra doenças cardiometabólicas, explorando questões relacionadas ao seu poder anti-inflamatório, antioxidante e sua influência positiva na microbiota intestinal. Estes achados abrem caminho para novas abordagens na prevenção e tratamento de doenças metabólicas, oferecendo uma perspectiva otimista para a saúde pública e incentivando a adoção de hábitos alimentares que incluam uma variedade de alimentos ricos em polifenóis.

Impacto na saúde pública e perspectivas futuras

A descoberta dos benefícios dos polifenóis na redução do risco de síndrome metabólica representa um avanço significativo na compreensão da relação entre dieta e saúde cardiovascular. Com o aumento da prevalência de doenças metabólicas em todo o mundo, estes resultados oferecem uma abordagem promissora e acessível para a prevenção e manejo dessas condições. A incorporação de alimentos ricos em polifenóis na dieta diária pode se tornar uma recomendação padrão em diretrizes de saúde pública, promovendo uma mudança positiva nos hábitos alimentares da população. Futuros estudos poderão explorar as dosagens ideais e as combinações mais eficazes desses compostos, bem como investigar seus efeitos em diferentes grupos populacionais, contribuindo para o desenvolvimento de estratégias nutricionais personalizadas e eficientes na promoção da saúde cardiovascular.