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Galípolo alerta para desafios do uso de criptomoedas no Brasil

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Brasil teve ‘crescimento enorme’ no uso de criptomoedas, mas regulação é desafio.

Banco Central preocupado com aumento do uso de criptoativos.

O presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, expressou preocupação com o crescente uso de criptomoedas no país durante uma palestra realizada em fevereiro. Galípolo destacou que o aumento significativo no uso de criptoativos nos últimos anos chamou a atenção da autoridade monetária, levantando questionamentos sobre as motivações por trás desse fenômeno. O economista revelou que, inicialmente, cerca de 90% da demanda por criptomoedas no Brasil estava relacionada à busca por exposição ao dólar americano, principalmente através da aquisição de stablecoins. Essa tendência reflete uma estratégia dos brasileiros para se proteger contra a desvalorização do real frente à moeda norte-americana, evidenciando uma preocupação com a estabilidade econômica e cambial do país.

O crescimento do mercado de criptomoedas no Brasil ocorre em um contexto de transformação digital do sistema financeiro nacional. Galípolo ressaltou que, embora as inovações tecnológicas tragam benefícios em termos de eficiência e modernização dos meios de pagamento, elas também apresentam desafios significativos para a regulação e supervisão do setor. O Banco Central tem acompanhado de perto essa evolução, buscando equilibrar o fomento à inovação com a necessidade de garantir a estabilidade financeira e a proteção dos consumidores. Nesse sentido, o presidente do BC mencionou os esforços da instituição para desenvolver o Drex, a moeda digital do banco central brasileiro, como uma alternativa regulada e segura às criptomoedas privadas.

A preocupação de Galípolo se estende também ao uso de criptomoedas para pagamentos transfronteiriços, uma prática que tem se tornado cada vez mais comum no Brasil. O economista alertou para os riscos associados a essas transações, incluindo a possibilidade de evasão fiscal e lavagem de dinheiro. Além disso, o presidente do BC destacou o desafio de garantir a privacidade, segurança e inviolabilidade dos sistemas baseados em criptoativos, observando que nem mesmo as maiores empresas do setor conseguiram solucionar completamente essas questões. Esse cenário complexo exige uma abordagem cautelosa e bem fundamentada por parte das autoridades reguladoras, que devem buscar um equilíbrio entre a promoção da inovação financeira e a manutenção da integridade do sistema financeiro nacional.

Olhando para o futuro, Galípolo indicou que o Banco Central continuará a monitorar de perto o desenvolvimento do mercado de criptomoedas no Brasil, trabalhando em conjunto com outras autoridades reguladoras para estabelecer um marco regulatório adequado. O presidente enfatizou a importância de educar os consumidores sobre os riscos associados aos criptoativos, ao mesmo tempo em que se busca aproveitar os benefícios potenciais dessa tecnologia para o sistema financeiro brasileiro. A implementação bem-sucedida do Drex poderá desempenhar um papel crucial nesse processo, oferecendo uma alternativa digital oficial que combine as vantagens das criptomoedas com a segurança e a confiabilidade do sistema financeiro tradicional. À medida que o Brasil avança nessa nova fronteira financeira, o equilíbrio entre inovação e regulação será fundamental para garantir um futuro financeiro seguro e próspero para todos os brasileiros.