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Eduardo Bolsonaro sugere saída do Brasil da OMS em eventual novo governo

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Declaração polêmica reacende debate sobre relações internacionais.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) causou alvoroço nas redes sociais ao declarar que o Brasil deixaria a Organização Mundial da Saúde (OMS) caso seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, retorne ao poder. A afirmação foi feita através de sua conta no X (antigo Twitter) nesta quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025, em resposta a uma notícia sobre a possível saída da Argentina da OMS, anunciada pelo presidente Javier Milei. Eduardo Bolsonaro escreveu: “Se Deus quiser, em 2027 o Brasil também sairá da OMS”. A declaração rapidamente viralizou, gerando intenso debate sobre as implicações de tal medida para a saúde pública brasileira e as relações internacionais do país.

A polêmica declaração de Eduardo Bolsonaro se insere em um contexto de crescente tensão entre governos de direita e organizações internacionais. Durante o mandato de Jair Bolsonaro (2019-2022), o Brasil já havia adotado uma postura crítica em relação à OMS, especialmente durante a pandemia de COVID-19. Na época, o então presidente chegou a ameaçar retirar o país da organização, alegando que ela agia de forma “partidária” e “ideológica”. A atual manifestação de Eduardo Bolsonaro parece reafirmar essa posição, sugerindo que uma eventual volta de seu pai à presidência resultaria em uma ruptura definitiva com a entidade global de saúde. Essa postura alinha-se com a de outros líderes conservadores, como Donald Trump nos Estados Unidos, que efetivamente iniciou o processo de retirada de seu país da OMS em 2020, decisão posteriormente revertida por Joe Biden.

A possível saída do Brasil da OMS levanta sérias preocupações entre especialistas em saúde pública e relações internacionais. A organização desempenha um papel crucial na coordenação global de respostas a emergências sanitárias, no desenvolvimento de políticas de saúde e na promoção de pesquisas médicas. Uma ruptura com a OMS poderia isolar o Brasil de importantes fóruns de cooperação internacional em saúde, prejudicar o acesso do país a informações epidemiológicas vitais e comprometer sua capacidade de resposta a futuras pandemias. Além disso, tal medida poderia afetar negativamente a imagem do Brasil no cenário internacional, potencialmente impactando acordos comerciais e diplomáticos. Críticos da proposta argumentam que, em um mundo cada vez mais interconectado, o isolamento em questões de saúde global seria não apenas irresponsável, mas também perigoso para a própria população brasileira.

Embora a declaração de Eduardo Bolsonaro seja apenas uma especulação sobre um cenário futuro, ela já provoca reações no meio político e científico. Representantes da comunidade médica brasileira expressaram preocupação com a possibilidade, enfatizando a importância da cooperação internacional em saúde. Por outro lado, apoiadores da família Bolsonaro defendem a ideia, argumentando que o Brasil deveria ter mais autonomia em suas políticas de saúde. O Ministério das Relações Exteriores, por sua vez, manteve-se cauteloso, evitando comentar diretamente a declaração do deputado. À medida que o debate se intensifica, fica claro que a relação do Brasil com organismos internacionais como a OMS continuará sendo um tema central nas discussões sobre o futuro da política externa e de saúde do país, especialmente com a aproximação das eleições presidenciais de 2026.

Impactos e desdobramentos da possível decisão

A sugestão de Eduardo Bolsonaro sobre a saída do Brasil da OMS, embora ainda hipotética, já provoca reflexões sobre os possíveis impactos e desdobramentos de tal decisão. Especialistas em relações internacionais e saúde pública continuarão a analisar as implicações dessa proposta, tanto para a política interna quanto para a posição do Brasil no cenário global. O debate sobre o papel do país em organizações internacionais promete ser um tema central nas próximas eleições presidenciais, com potencial para influenciar significativamente o rumo da política externa brasileira nos próximos anos.