Geração Z enfrenta níveis alarmantes de estresse e frustração no trabalho

Jovens profissionais relatam maior esgotamento que colegas mais velhos.
O cenário revelado pela pesquisa da MetLife aponta para uma série de fatores que contribuem para o mal-estar da geração Z no trabalho. Entre as principais causas de estresse identificadas, destacam-se a remuneração não condizente com as exigências do cargo (71%), a falta de perspectivas de carreira (44%) e o excesso de trabalho (41%). Esses dados contrastam com as percepções das gerações mais velhas, como os Baby Boomers, que demonstraram níveis mais elevados de engajamento e satisfação no trabalho. Enquanto 79% dos Boomers afirmaram estar engajados em suas funções, apenas 60% da geração Z compartilhava do mesmo sentimento. Da mesma forma, 86% dos profissionais mais velhos se consideravam produtivos, contra 64% dos jovens. A disparidade também se reflete na felicidade no ambiente de trabalho, com 71% dos Boomers se declarando felizes, em contraste com apenas 59% da geração Z. Esses números revelam um cenário preocupante, indicando que os jovens profissionais estão enfrentando desafios significativos para se adaptar e prosperar no mercado de trabalho atual.
O estudo da MetLife também destaca que a geração Z está estabelecendo padrões mais elevados para si mesma em comparação com as gerações anteriores. Um exemplo disso é a percepção sobre sucesso financeiro: enquanto gerações mais velhas podem considerar patamares mais modestos como indicativos de estabilidade financeira, a geração Z acredita que é necessário acumular cerca de US$ 9,5 milhões para ser considerado financeiramente bem-sucedido. Essa discrepância entre expectativas e realidade pode estar contribuindo para os altos níveis de frustração e estresse observados entre os jovens profissionais. Além disso, o relatório aponta para fatores externos que influenciam a saúde mental da geração Z no trabalho, como o início de suas carreiras durante uma pandemia global, o crescimento em um mundo dominado pelas mídias sociais e a constante preocupação com questões climáticas. Esses elementos combinados criam um cenário desafiador para os jovens, que se veem pressionados a alcançar o sucesso em um ambiente de trabalho em rápida transformação e marcado por incertezas globais.
Diante desse panorama, especialistas e líderes empresariais estão sendo chamados a repensar suas estratégias de gestão de pessoas para melhor atender às necessidades da geração Z. O relatório da MetLife sugere que as empresas devem ajustar múltiplos aspectos de seus modelos de cuidado com os funcionários e da experiência geral no ambiente de trabalho para apoiar os jovens profissionais. Entre as recomendações, destaca-se a importância de criar culturas organizacionais mais sociais e de suporte, que possam oferecer um ambiente acolhedor e propício ao desenvolvimento profissional e pessoal. Além disso, é fundamental que as empresas invistam em programas de saúde mental, ofereçam oportunidades claras de crescimento na carreira e promovam um equilíbrio mais saudável entre vida pessoal e profissional. Ao adotar essas medidas, as organizações não apenas estarão contribuindo para o bem-estar de seus colaboradores mais jovens, mas também estarão investindo na construção de uma força de trabalho mais resiliente, engajada e preparada para enfrentar os desafios do futuro. O caminho para reduzir o estresse e a frustração da geração Z no trabalho passa, portanto, por uma abordagem holística que reconheça e valorize as particularidades dessa geração, criando um ambiente corporativo mais inclusivo e adaptado às suas necessidades e aspirações.
Perspectivas para o futuro do trabalho e bem-estar da geração Z
À medida que as empresas começam a reconhecer e abordar os desafios enfrentados pela geração Z no ambiente de trabalho, espera-se que surjam novas estratégias e políticas voltadas para o bem-estar e desenvolvimento desses jovens profissionais. A implementação de programas de mentoria, a flexibilização de horários e locais de trabalho, e o investimento em tecnologias que facilitem a colaboração e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional são algumas das tendências que devem ganhar força nos próximos anos. Além disso, a crescente conscientização sobre a importância da saúde mental no ambiente corporativo pode levar a uma transformação significativa na cultura organizacional, beneficiando não apenas a geração Z, mas todas as gerações presentes no mercado de trabalho. O futuro do trabalho, portanto, dependerá da capacidade das empresas de se adaptarem às necessidades e expectativas dessa nova geração de profissionais, criando ambientes mais inclusivos, flexíveis e focados no bem-estar integral de seus colaboradores.