Trump proíbe mulheres trans em esportes femininos nos EUA

Trump bane mulheres transgênero de competições esportivas femininas.
Decreto presidencial altera regras para participação em esportes escolares e universitários.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinará nesta quarta-feira (5) um decreto que proíbe efetivamente a participação de meninas e mulheres transgênero em competições esportivas femininas em escolas e universidades americanas. A medida, intitulada “Mantendo os homens fora dos esportes femininos”, cumpre uma das promessas feitas por Trump durante sua campanha presidencial de 2024. A informação foi inicialmente divulgada pelo Wall Street Journal e confirmada por uma autoridade da Casa Branca.
O decreto presidencial deve alterar o Título IX do Ato da Educação, estabelecido em 1972, que proíbe a discriminação sexual nas instituições de ensino e garante que nenhuma pessoa seja impedida de participar de práticas esportivas devido ao gênero. Com a nova ordem executiva, o governo federal dos Estados Unidos, em conjunto com o Departamento de Educação, modificará essa legislação para restringir a participação de atletas transgênero em modalidades femininas. A medida afetará imediatamente qualquer unidade de ensino que receba financiamento federal, o que inclui praticamente todas as universidades estadunidenses.
Desde que reassumiu a presidência, o governo Trump tem implementado uma série de políticas que visam restringir os direitos da população transgênero. Além da proibição nos esportes, o presidente já assinou uma ordem executiva que suspende tratamentos de afirmação de gênero para menores de 19 anos em diversos hospitais do país, cortando recursos federais para procedimentos médicos relacionados à transição de gênero. Trump também determinou que o Pentágono realizasse uma revisão que poderia resultar no afastamento de pessoas transgênero do serviço militar. Essas ações cumprem promessas feitas durante a campanha eleitoral e têm gerado intenso debate sobre direitos civis e igualdade de gênero nos Estados Unidos.
A decisão de Trump enfrenta resistência de diversos setores da sociedade americana. Grupos de defesa dos direitos LGBTQIA+ argumentam que a medida é discriminatória e viola os direitos constitucionais de igualdade. Por outro lado, apoiadores do presidente afirmam que a proibição visa preservar a competitividade justa nos esportes femininos. O Congresso americano já aprovou uma lei semelhante, mas a legislação ainda precisa passar pelo Senado, onde necessita do apoio de pelo menos sete senadores democratas para ser instituída. A polêmica em torno da participação de atletas transgênero em competições esportivas deve se intensificar nos próximos meses, com possíveis desafios judiciais à ordem executiva de Trump e debates acalorados sobre inclusão, igualdade e a natureza da competição esportiva na sociedade contemporânea.