Consignado privado pode revolucionar crédito como Pix, afirma CEO do Santander

Potencial de crescimento e impacto no mercado financeiro.
O otimismo de Leão em relação ao novo consignado privado é respaldado por uma série de fatores que apontam para uma possível revolução no setor de crédito brasileiro. O governo federal tem demonstrado um forte empenho em impulsionar essa modalidade, realizando reuniões com grandes bancos para avançar na modernização do crédito consignado privado. Recentemente, um encontro reuniu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros, representantes da Febraban e os CEOs dos principais bancos do país, incluindo Itaú, Bradesco e o próprio Santander. Essa iniciativa governamental visa democratizar o acesso ao crédito com taxas mais atrativas, algo que atualmente é restrito principalmente a servidores públicos e aposentados. A expectativa é que o consignado privado possa atingir um volume de mercado entre R$ 200 bilhões e R$ 300 bilhões, um salto significativo em comparação aos atuais R$ 40 bilhões movimentados por essa modalidade.
O potencial de crescimento do consignado privado está intrinsecamente ligado às mudanças estruturais que estão sendo propostas. Uma das principais inovações é a criação de uma plataforma centralizada que permitirá aos bancos acessar diretamente os dados dos trabalhadores celetistas, eliminando a necessidade de convênios individuais com empresas. Essa medida deve ampliar significativamente o alcance do crédito consignado, beneficiando milhões de trabalhadores que atualmente não têm acesso a essa modalidade de empréstimo. Além disso, a integração dos bancos ao sistema eSocial, conforme anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, promete agilizar a avaliação de crédito e oferecer condições mais vantajosas aos trabalhadores em termos de taxas de juros. O presidente da Febraban, Isaac Sidney, corrobora essa visão otimista, afirmando que a nova plataforma tem o potencial de fazer o mecanismo “decolar”, superando o atual gargalo representado pela necessidade de convênios com pequenas e médias empresas.
Apesar do entusiasmo, alguns desafios permanecem no horizonte para a plena implementação e sucesso do novo consignado privado. Um dos pontos de discussão é a possível fixação de um teto para as taxas de juros, uma medida que encontra resistência por parte de alguns atores do setor financeiro. O CEO do Santander, Mario Leão, por exemplo, expressou preocupação de que um teto possa limitar o público-alvo e excluir milhões de pessoas da equação. Outro aspecto crucial é a necessidade de aprovação legislativa para as mudanças propostas, com o governo planejando enviar uma medida provisória ou um projeto de lei ao Congresso até fevereiro. A expectativa é que a nova ferramenta esteja em funcionamento ainda em 2025, marcando potencialmente o início de uma nova era para o crédito consignado no Brasil. Se bem-sucedida, essa iniciativa pode não apenas triplicar o volume de crédito consignado ofertado no país, mas também promover uma significativa democratização do acesso ao crédito, impactando positivamente a vida financeira de milhões de brasileiros.
Perspectivas e impactos futuros no cenário econômico brasileiro
A implementação bem-sucedida do novo consignado privado tem o potencial de gerar impactos significativos no cenário econômico brasileiro. Ao democratizar o acesso ao crédito com taxas mais atrativas, essa iniciativa pode estimular o consumo, impulsionar investimentos e contribuir para a recuperação econômica do país. No entanto, o sucesso dessa medida dependerá da capacidade do governo e das instituições financeiras de superar os desafios regulatórios e operacionais, garantindo um equilíbrio entre a expansão do crédito e a manutenção da saúde financeira do sistema bancário. O mercado financeiro e os consumidores aguardam com expectativa os próximos passos dessa transformação no setor de crédito, que promete ser tão impactante quanto foi a introdução do Pix para os pagamentos no Brasil.