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Bolsas asiáticas despencam com novas tarifas de Trump

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Mercados reagem negativamente a medidas protecionistas.

As principais bolsas de valores da Ásia registraram fortes quedas nesta segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar oficialmente a imposição de novas tarifas sobre produtos importados do México, Canadá e China. A decisão, tomada no fim de semana, reacendeu os temores de uma escalada na guerra comercial global, provocando uma onda de vendas nos mercados acionários asiáticos. O índice Nikkei, principal indicador da bolsa de Tóquio, despencou 2,66%, fechando aos 38.520,09 pontos, enquanto o sul-coreano Kospi recuou 2,52% em Seul, atingindo 2.453,95 pontos. Em Taiwan, o índice Taiex amargou uma queda ainda mais expressiva, de 3,53%, encerrando o pregão aos 22.694,71 pontos, após retornar de um período prolongado de feriados.

O impacto das medidas protecionistas de Trump foi sentido de forma generalizada nos mercados asiáticos, com investidores buscando ativos considerados mais seguros em momentos de incerteza econômica. A ação da TSMC, maior fabricante de semicondutores do mundo, sofreu uma queda acentuada de 5,73% na bolsa de Taiwan, refletindo não apenas as preocupações com as tarifas americanas, mas também reagindo ao sucesso recente da startup chinesa de inteligência artificial DeepSeek, que impactou negativamente as ações de tecnologia em escala global na semana anterior. Em Hong Kong, o índice Hang Seng conseguiu limitar as perdas, registrando uma queda marginal de 0,04%, fechando aos 20.217,26 pontos, também retornando de um período de feriados. As novas tarifas anunciadas por Trump incluem uma taxa de 25% sobre importações do México e do Canadá, além de uma tarifa de 10% sobre produtos chineses, todas programadas para entrar em vigor na terça-feira, 4 de fevereiro.

A decisão do governo americano de avançar com as tarifas provocou reações imediatas dos países afetados. O Canadá já prometeu retaliar, e espera-se que o México adote postura semelhante. A China, por sua vez, está preparando uma proposta inicial para tentar impedir que Washington aplique tarifas ainda maiores a seus produtos e imponha mais restrições de acesso à tecnologia, segundo fontes ouvidas pelo The Wall Street Journal. O clima de tensão comercial foi agravado pela divulgação de dados econômicos desanimadores da China, com o PMI industrial medido pela S&P Global/Caixin caindo para 50,1 em janeiro, ficando perigosamente próximo da barreira de 50 que sinaliza estagnação na manufatura. Os mercados da China continental, que permanecem fechados devido ao feriado do ano-novo lunar, devem retomar as operações na quarta-feira, 5 de fevereiro, com a expectativa de refletir o sentimento negativo que dominou as demais praças asiáticas.

O impacto da guerra comercial não se limitou à Ásia, afetando também os mercados da Oceania. Na Austrália, o índice S&P/ASX 200 recuou 1,79% em Sydney, atingindo 8.379,40 pontos e interrompendo uma sequência de três pregões consecutivos de ganhos. A queda nas bolsas asiáticas e da Oceania serve como um prenúncio do que pode ocorrer nos mercados europeus e americanos quando abrirem para negociações. Analistas preveem que a volatilidade deve permanecer elevada nos próximos dias, à medida que os investidores avaliam os possíveis desdobramentos da escalada nas tensões comerciais globais. A comunidade financeira internacional aguarda ansiosamente por sinais de uma possível negociação entre as partes envolvidas, na esperança de que um acordo possa ser alcançado para evitar danos mais significativos à economia global, já fragilizada pelos impactos persistentes da pandemia de COVID-19 e pelos desafios geopolíticos recentes.

Perspectivas para os mercados globais permanecem incertas

Com a intensificação das tensões comerciais, as perspectivas para os mercados financeiros globais permanecem nebulosas. Investidores e analistas estarão atentos às próximas movimentações diplomáticas e econômicas, especialmente às possíveis retaliações dos países afetados pelas novas tarifas americanas. A volatilidade nos mercados de câmbio, com o fortalecimento do dólar frente a outras moedas, também será um ponto de atenção nas próximas semanas, podendo impactar significativamente o comércio internacional e os fluxos de investimento. A comunidade empresarial global aguarda com apreensão os desdobramentos desta nova fase da guerra comercial, temendo impactos negativos nas cadeias de suprimentos globais e no crescimento econômico mundial.