Indústria brasileira alerta para aumento de “café fake” no mercado

Produtos com “sabor café” preocupam setor em meio a preços recordes.
O fenômeno dos “cafés fake” não é novo, mas ganhou força nos últimos meses devido à conjunção de fatores que elevaram significativamente o preço do café no mercado internacional. Entre esses fatores, destacam-se a quebra de safra em importantes regiões produtoras do Brasil, causada por condições climáticas adversas, e o aumento da demanda global pós-pandemia. Essa situação criou um cenário propício para a entrada de produtos alternativos, que se apresentam como opções mais baratas para os consumidores. No entanto, a ABIC alerta que esses produtos não oferecem os mesmos benefícios nutricionais e sensoriais do café verdadeiro, podendo conter aditivos e substâncias sintéticas para simular o aroma e sabor característicos da bebida.
A preocupação da indústria vai além da concorrência desleal. Há um temor de que a proliferação desses produtos possa afetar negativamente a percepção dos consumidores sobre o café brasileiro, prejudicando um setor que é crucial para a economia do país. O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café, respondendo por cerca de um terço da produção global. A cafeicultura brasileira é reconhecida por sua qualidade e sustentabilidade, sendo desenvolvida com base em rígidas legislações trabalhistas e ambientais. A entrada desses produtos alternativos no mercado pode, portanto, representar um retrocesso nos esforços de valorização do café nacional. Diante desse cenário, a ABIC está mobilizando-se para exigir uma regulamentação mais rigorosa e uma fiscalização mais efetiva por parte das autoridades competentes, visando coibir práticas que possam induzir o consumidor ao erro.
O setor cafeeiro brasileiro está se articulando para enfrentar esse desafio, buscando estratégias para educar o consumidor sobre a importância de escolher produtos autênticos e de qualidade. Entre as ações propostas, estão campanhas de conscientização, melhorias na rotulagem para facilitar a identificação do café verdadeiro e investimentos em inovação para oferecer opções acessíveis sem comprometer a qualidade. A indústria também está trabalhando em conjunto com órgãos reguladores para estabelecer critérios mais claros de classificação e denominação dos produtos, visando proteger tanto o consumidor quanto os produtores comprometidos com a qualidade. A expectativa é que, com essas medidas, o setor possa superar esse momento desafiador e continuar fortalecendo a posição do café brasileiro no mercado global, preservando sua reputação de excelência e contribuindo para o desenvolvimento econômico sustentável do país.
Perspectivas para o mercado cafeeiro brasileiro
Apesar dos desafios atuais, as perspectivas para o mercado cafeeiro brasileiro permanecem positivas a longo prazo. A indústria está confiante de que, com as medidas adequadas e o apoio governamental, será possível superar a questão dos “cafés fake” e fortalecer ainda mais a posição do Brasil como líder mundial no setor. O compromisso com a qualidade e a sustentabilidade continuará sendo o diferencial do café brasileiro, garantindo sua competitividade no mercado internacional e sua importância para a economia nacional.