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Pesquisa revela rejeição a mudanças no Pix e validade de alimentos

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Maioria se opõe a alterações propostas pelo governo.

Uma recente pesquisa realizada pelo instituto Quaest revelou que a maioria dos brasileiros é contrária a possíveis mudanças no sistema de pagamentos Pix e na data de validade dos alimentos. De acordo com o levantamento, 66% dos entrevistados acreditam que o governo Lula errou ao cogitar alterações no funcionamento do Pix, enquanto 63% se opõem à ideia de modificar as regras de validade dos alimentos. Essas propostas, que foram aventadas como possíveis medidas para impulsionar a economia e reduzir o custo de vida, enfrentaram forte resistência da população, indicando um desafio significativo para o governo federal em sua busca por soluções econômicas populares.

O estudo, conduzido entre os dias 23 e 26 de janeiro de 2025, entrevistou 4.500 pessoas em todo o país, com uma margem de erro estimada em um ponto percentual e nível de confiança de 95%. A rejeição às mudanças no Pix, sistema de pagamentos instantâneos implementado pelo Banco Central em 2020, demonstra o alto nível de aceitação e confiança que a ferramenta conquistou entre os usuários brasileiros. Quanto à proposta de alteração na data de validade dos alimentos, sugerida pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) como uma forma de reduzir o desperdício e potencialmente baixar os preços, a resistência da população indica uma preocupação com a segurança alimentar e uma possível desconfiança em relação às motivações por trás da medida.

A pesquisa Quaest também revelou outros dados preocupantes para o governo Lula. Pela primeira vez nesta gestão, a desaprovação do governo superou a aprovação, atingindo 49% dos entrevistados. A percepção negativa sobre a administração aumentou de 31% em dezembro para 37% em janeiro, enquanto a avaliação positiva caiu de 33% para 31%. Um fator que pode explicar essa queda na popularidade é a percepção sobre o aumento no preço dos alimentos: 83% dos entrevistados afirmaram ter notado um aumento nos últimos 30 dias. Esse cenário econômico desafiador tem impactado a avaliação do governo em todas as regiões do país, incluindo o Nordeste, tradicional reduto eleitoral do presidente, onde a percepção positiva caiu de 48% em dezembro para 37% em janeiro.

O resultado da pesquisa coloca o governo Lula diante de um dilema complexo. Por um lado, há uma pressão crescente para implementar medidas que possam aliviar o custo de vida da população, especialmente no que diz respeito aos preços dos alimentos. Por outro, as soluções propostas até o momento, como as alterações no Pix e na validade dos alimentos, encontram forte resistência popular. Esse cenário sugere que o governo precisará buscar alternativas mais alinhadas com as expectativas e preocupações da população para reverter a tendência de queda na aprovação. A equipe econômica do governo deverá, nos próximos meses, concentrar esforços em desenvolver estratégias que possam efetivamente combater a inflação e estimular o crescimento econômico, sem comprometer a confiança da população em sistemas já estabelecidos ou gerar preocupações com a segurança alimentar.

Desafios econômicos e perspectivas futuras

O cenário econômico desafiador e a resistência popular às propostas apresentadas indicam que o governo Lula enfrentará um período crucial nos próximos meses. A necessidade de equilibrar medidas econômicas eficazes com a aceitação pública será fundamental para reverter a tendência de queda na aprovação e recuperar a confiança da população. O Ministério da Economia e outras pastas relacionadas deverão trabalhar em conjunto para desenvolver soluções inovadoras que possam efetivamente reduzir o custo de vida e estimular o crescimento econômico, sem comprometer sistemas bem-sucedidos como o Pix ou gerar preocupações com a segurança alimentar. O sucesso dessas iniciativas será determinante para o desempenho do governo na segunda metade do mandato e poderá influenciar significativamente o cenário político e econômico do Brasil nos próximos anos.