Portal Rádio London

Seu portal de músicas e notícias

Meta fiscal de 2024 foi atingida segundo secretário, mas dados finais ainda não foram divulgados

Compartilhar:

Governo federal aguarda fechamento das contas públicas.

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, declarou na segunda-feira (20/01/25) que a meta fiscal estabelecida para 2024 foi cumprida, embora os dados finais ainda não estejam disponíveis. Durante coletiva de imprensa em Brasília, Ceron afirmou que, com base nas informações preliminares, o governo federal conseguiu atingir o objetivo de zerar o déficit fiscal no ano passado. A meta estabelecida para 2024 era eliminar o déficit nas contas públicas, com uma margem de tolerância de até 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme previsto no arcabouço fiscal aprovado em 2023. O secretário ressaltou que o resultado final será divulgado oficialmente apenas no final de janeiro, após a consolidação de todos os dados.

A declaração do secretário do Tesouro Nacional ocorre em um contexto de intenso debate sobre a política fiscal do governo Lula. Ao longo de 2024, o Ministério da Fazenda enfrentou desafios significativos para cumprir a meta fiscal, incluindo pressões por aumento de gastos públicos e incertezas quanto à arrecadação. O arcabouço fiscal, aprovado como substituto do teto de gastos, estabeleceu regras mais flexíveis para o controle das contas públicas, permitindo um crescimento real das despesas condicionado ao aumento da receita. Esta nova estrutura fiscal foi defendida pela equipe econômica como um meio de conciliar a responsabilidade fiscal com a necessidade de investimentos públicos e programas sociais.

Apesar do otimismo demonstrado por Ceron, analistas do mercado financeiro e instituições independentes mantêm uma postura cautelosa quanto ao cumprimento efetivo da meta fiscal. Ao longo de 2024, projeções do setor privado frequentemente apontaram para a dificuldade em zerar o déficit, considerando o cenário econômico desafiador e as pressões por gastos adicionais. A Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado Federal, por exemplo, havia projetado um déficit primário para 2024, destacando os riscos associados à execução orçamentária e à volatilidade das receitas. O cumprimento da meta, se confirmado, representaria uma importante vitória para a equipe econômica do governo, reforçando a credibilidade da política fiscal perante investidores e agências de classificação de risco.

O secretário Rogério Ceron enfatizou que o resultado final das contas públicas de 2024 será fundamental para orientar as políticas econômicas em 2025. O cumprimento da meta fiscal, segundo ele, fortaleceria a confiança dos agentes econômicos na capacidade do governo de manter a trajetória de ajuste das contas públicas, contribuindo para um ambiente macroeconômico mais estável. Ceron também destacou que o Ministério da Fazenda continuará trabalhando para ampliar a arrecadação e otimizar os gastos públicos, visando não apenas o cumprimento das metas fiscais, mas também a criação de espaço fiscal para investimentos prioritários e programas sociais. A confirmação oficial do resultado fiscal de 2024, aguardada com expectativa pelo mercado e pela classe política, deverá fornecer importantes indicativos sobre os desafios e perspectivas para a gestão das contas públicas nos próximos anos.

Impactos e perspectivas para a política econômica

O cumprimento da meta fiscal de 2024, se confirmado pelos dados oficiais, poderá ter implicações significativas para a condução da política econômica nos próximos anos. A demonstração de compromisso com a responsabilidade fiscal tende a fortalecer a posição do Ministério da Fazenda nas discussões sobre o orçamento e prioridades de gastos do governo. Além disso, um resultado positivo nas contas públicas pode contribuir para a redução das expectativas de inflação e, consequentemente, para a criação de um ambiente mais favorável à redução das taxas de juros pelo Banco Central. No entanto, os desafios para a manutenção do equilíbrio fiscal permanecem, especialmente diante das demandas por aumento de investimentos públicos e expansão de programas sociais. O governo federal terá pela frente a tarefa de conciliar as metas fiscais com as promessas de crescimento econômico e redução das desigualdades sociais, em um cenário global ainda marcado por incertezas.