CEO do Itaú alerta para dívida pública preocupante no Brasil

CEO do Itaú adverte sobre dívida pública alarmante no Brasil.
Executivos discutem desafios fiscais com ministro da Fazenda.
O CEO do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho, afirmou no sábado, durante o Fórum Esfera realizado no Guarujá, litoral de São Paulo, que a trajetória da dívida pública brasileira é motivo de grande preocupação para o mercado financeiro e para a sociedade. Segundo Maluhy, a discussão sobre o endividamento do país tem sido recorrente em conversas com o governo federal, especialmente diante da recente decisão de ampliação da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O executivo revelou que, na sexta-feira anterior, ele e outros líderes do setor financeiro estiveram reunidos com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para apresentar ideias, propostas e alternativas que possam contribuir para o equilíbrio fiscal e a gestão da dívida. Maluhy ressaltou que o desafio do ajuste fiscal é fundamental neste momento, pois afeta diretamente a confiança de investidores e o desempenho econômico do país. O encontro reuniu nomes de peso do setor, incluindo o chairman do BTG Pactual, André Esteves, o presidente da Febraban, Isaac Sidney, representantes da JBS e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, todos empenhados em debater soluções estruturantes para a economia nacional.
O contexto do alerta feito pelo CEO do Itaú reflete um cenário de preocupação cada vez maior com a sustentabilidade das contas públicas brasileiras. Milton Maluhy destacou que enfrentar a questão da dívida requer coragem e disposição para promover ajustes profundos, especialmente no que diz respeito à flexibilização do Orçamento e à implantação de reformas estruturantes. Ele ponderou que o crescimento do endividamento pode chegar a três pontos percentuais ao ano nos próximos períodos, caso não sejam tomadas medidas eficazes para alterar a dinâmica atual. O executivo enfatizou a necessidade de debater propostas que conduzam o Brasil a uma agenda orientada para produtividade, crescimento econômico e estabilidade financeira. Em suas palavras, é impossível promover avanços sociais sem equilíbrio fiscal, do mesmo modo que não se pode pensar em responsabilidade fiscal sem considerar o impacto social das políticas públicas. O debate sobre o arcabouço fiscal brasileiro tem ganhado relevância, já que o atual modelo, na visão dos participantes da reunião, oferece um ajuste muito lento nas despesas públicas, limitando a capacidade de reação diante dos desafios econômicos.
Os desdobramentos da reunião entre os principais executivos do setor financeiro e o ministro da Fazenda evidenciam a urgência de mudanças na condução da política fiscal. Maluhy observou que o cenário atual exige não apenas diálogo, mas também mobilização por parte do governo e do setor privado para atacar os problemas estruturais que travam o potencial de crescimento do país. Segundo ele, manter uma dívida pública elevada compromete não apenas a confiança dos agentes econômicos, mas também a capacidade de investimento e geração de empregos. O CEO do Itaú destacou que a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) deve ser menor nos próximos anos, o que aumenta ainda mais a necessidade de um debate amplo e transparente sobre caminhos para a retomada do crescimento sustentável. Ao reconhecer que a elevação de impostos, como o IOF, não resolve sozinha a questão do endividamento, Maluhy defende que apenas reformas profundas podem garantir um futuro de maior estabilidade e prosperidade.
Com a dívida pública brasileira sob análise constante de investidores nacionais e internacionais, o futuro da economia depende da adoção de reformas que destravem o Orçamento e assegurem condições para a geração de riqueza. A sinalização de executivos do setor financeiro, como Milton Maluhy, reforça a necessidade de medidas ousadas, que coloquem o país em uma trajetória de equilíbrio fiscal, crescimento e respeito aos compromissos sociais. O diálogo aberto com o governo, segundo Maluhy, é positivo, mas ele reforça que apenas um compromisso efetivo com o ajuste fiscal e com a modernização da gestão pública será capaz de reverter o cenário de preocupação crescente. As perspectivas para os próximos meses indicam um ambiente de incerteza, mas também de oportunidades para que o Brasil avance em direção a uma agenda de reformas estruturantes que garantam estabilidade fiscal e confiança no ambiente de negócios.
Expectativas e desafios para o equilíbrio fiscal
A preocupação manifestada por Milton Maluhy Filho sobre a dívida pública revela um consenso crescente entre líderes do mercado financeiro e autoridades econômicas de que o país precisa de ação coordenada para enfrentar seus desafios estruturais. O CEO do Itaú enfatiza que a coragem para promover ajustes no Orçamento e discutir abertamente medidas de médio e longo prazo é fundamental para restabelecer a confiança interna e externa no Brasil. Com um ambiente de crescimento econômico mais moderado previsto para os próximos anos, torna-se ainda mais urgente encontrar soluções que promovam produtividade e crescimento sustentável, reduzindo a pressão sobre as finanças públicas. A expectativa do setor financeiro é que o diálogo mantido com o governo evolua para um compromisso efetivo com a responsabilidade fiscal e a busca de alternativas viáveis para conter o avanço da dívida. O futuro do país dependerá da capacidade de transformar discussões em ações práticas, capazes de garantir estabilidade, atração de novos investimentos e melhoria das condições socioeconômicas para todos os brasileiros.
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