Nova Lima se torna pioneira na América Latina ao assinar tratado para redução de produtos de origem animal

Assinatura integra município a rede global de cidades dedicadas a um futuro mais sustentável.
Município mineiro adere ao Tratado de Base Vegetal e assume compromisso ambiental.
O município de Nova Lima, localizado na Região Metropolitana de Belo Horizonte, marcou história na segunda-feira, 2 de junho de 2025, ao se tornar a primeira cidade da América Latina a assinar oficialmente o Tratado de Base Vegetal (Plant Based Treaty). Esta iniciativa, inspirada no Acordo de Paris, coloca Nova Lima na vanguarda das políticas alimentares sustentáveis, estabelecendo um compromisso formal com a redução da dependência de produtos de origem animal. A assinatura da Moção de Apoio ocorreu em um momento estratégico, às vésperas do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, e da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), posicionando a cidade como referência em sustentabilidade alimentar. A proposta central do tratado busca enfrentar a crise climática, ecológica e de saúde pública por meio da transição para sistemas alimentares mais saudáveis, acessíveis e sustentáveis, com ênfase na proteção dos animais, no respeito aos limites planetários e no incentivo à alimentação baseada em vegetais como estratégia para mitigar os impactos ambientais.
O Tratado de Base Vegetal representa uma abordagem inovadora que reconhece o papel fundamental dos sistemas alimentares no combate às mudanças climáticas. Diferentemente de outras iniciativas ambientais, este acordo coloca especificamente a alimentação no centro das estratégias de sustentabilidade, propondo uma transformação estrutural nas políticas públicas alimentares. A cidade de Nova Lima, ao aderir ao tratado, compromete-se a desenvolver e implementar políticas que priorizem alternativas vegetais em substituição aos produtos de origem animal, reconhecidos por seu alto impacto ambiental em termos de emissões de gases de efeito estufa, uso de recursos hídricos e desmatamento. Esse posicionamento integra a segurança alimentar nas estratégias de mitigação da crise climática, adotando práticas inclusivas e regenerativas adaptadas às realidades locais. Além disso, o tratado reconhece o bem-estar animal como um princípio orientador das políticas públicas, alinhando ética, saúde pública e justiça ambiental num compromisso abrangente. A iniciativa ganha ainda mais relevância considerando que o Brasil sediará a COP30, evento que colocará o país no centro das discussões globais sobre clima, oferecendo uma oportunidade para que cidades brasileiras demonstrem liderança em práticas sustentáveis inovadoras.
Nova Lima já vem desenvolvendo diversas ações relacionadas à sustentabilidade e proteção ambiental, o que torna a assinatura do tratado uma extensão natural de seu compromisso com práticas ecologicamente responsáveis. Entre as iniciativas já implementadas pela prefeitura, destacam-se a promoção da alimentação saudável nas escolas municipais e o fortalecimento da agricultura familiar local, a organização de fóruns e conferências de Proteção e Defesa Animal, a implantação do Plano Municipal de Mudanças Climáticas, ações de recuperação de áreas degradadas e preservação da biodiversidade e monumentos naturais. Um exemplo concreto desse compromisso é o programa Quintal Protegido, que oferece mudas de árvores frutíferas gratuitamente aos moradores interessados em criar pomares domésticos, incentivando a produção local de alimentos. O prefeito João Marcelo Dieguez Pereira ressaltou a responsabilidade do município diante do cenário climático atual, afirmando que Nova Lima está “assumindo uma posição inequívoca em defesa da vida, da saúde pública, do futuro do planeta e da dignidade de todas as espécies”. O secretário de Meio Ambiente, Gabriel Coutinho, complementou destacando que “enfrentar a crise climática exige ousadia para inovar e abertura para evoluir”, reforçando que a adoção do Tratado de Base Vegetal reflete o caminho que o município tem percorrido com responsabilidade e empatia.
A adesão de Nova Lima ao Tratado de Base Vegetal representa não apenas um marco histórico para a América Latina, mas também um passo significativo na construção de políticas públicas alimentares mais sustentáveis a nível global. O município se junta a outras 40 cidades ao redor do mundo que já endossaram esta iniciativa, incluindo localidades europeias como Nijmegen, na Holanda, que além de aderir ao tratado, implementou a proibição de propagandas de carne, e as cidades portuguesas de Braga e Tavira, que estão desenvolvendo estratégias alimentares baseadas em vegetais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A expectativa é que o pioneirismo de Nova Lima inspire outras cidades brasileiras e latino-americanas a seguirem o mesmo caminho, criando uma rede de municípios comprometidos com a transformação dos sistemas alimentares como estratégia central no enfrentamento da emergência climática. Este movimento representa uma abordagem holística que conecta alimentação, saúde pública, proteção ambiental e bem-estar animal, reconhecendo que as escolhas alimentares têm impacto direto nas questões climáticas. Com a aproximação da COP30 no Brasil, Nova Lima se posiciona estrategicamente na vanguarda da sustentabilidade, demonstrando que administrações municipais podem liderar iniciativas significativas para um futuro mais justo e ecologicamente equilibrado.
Um novo modelo de desenvolvimento sustentável
A formalização da assinatura do Tratado de Base Vegetal pela cidade de Nova Lima reflete um compromisso profundo com um novo modelo de desenvolvimento que reconhece a importância de ações concretas para estimular a sustentabilidade em todos os níveis. Ao colocar a alimentação no centro das estratégias de combate às mudanças climáticas, o município estabelece um precedente importante para outras cidades brasileiras, demonstrando que é possível implementar políticas públicas inovadoras que beneficiem simultaneamente a saúde humana, o meio ambiente e o bem-estar animal. O Brasil, que será o anfitrião da COP30, tem agora um exemplo doméstico de liderança ambiental a ser apresentado ao mundo, reforçando o potencial do país para contribuir significativamente com soluções para a crise climática global a partir de iniciativas locais transformadoras.