Eduardo Paes veta projeto do Dia da Cegonha Reborn

Eduardo Paes rejeita proposta do Dia da Cegonha Reborn no Rio.
Decisão de Paes repercute e divide opiniões sobre homenagem.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciou nesta segunda-feira a decisão de vetar integralmente o projeto de lei que criava o chamado Dia da Cegonha Reborn, proposta que buscava homenagear as artesãs responsáveis pela confecção de bonecas hiper-realistas conhecidas como reborns. A data, definida para o dia 4 de setembro, estava prestes a entrar no calendário oficial da cidade, mas acabou barrada diretamente pelo chefe do Executivo municipal. O veto foi tornado público pelo próprio prefeito em suas redes sociais, acompanhado da frase “com todo respeito aos interessados, mas não dá”, em tom objetivo e bastante repercutido por seguidores. O projeto havia sido aprovado pela Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro no início de maio e vinha sendo defendido principalmente pelo vereador Vitor Hugo, autor da proposta, que destacava o papel das reborns em processos terapêuticos, especialmente no tratamento de mulheres em situações de depressão ou luto, além de evidenciar o trabalho minucioso e artesanal das criadoras dessas peças no município.
As bonecas reborn, caracterizadas por seu impressionante realismo, têm conquistado espaço tanto como objetos de coleção quanto como ferramentas de apoio em terapias ocupacionais e psicológicas. O próprio texto do projeto de lei ressaltava a importância dessas peças no suporte emocional a mulheres que vivenciaram perdas, traumas e quadros depressivos, destacando ainda o cunho artístico e artesanal do trabalho realizado por dezenas de profissionais da cidade. A proposta buscava valorizar e reconhecer esse segmento, inserindo a celebração oficial no calendário carioca a partir de setembro. A ideia ganhou visibilidade também devido à ampla repercussão das reborns nas redes sociais, como no caso de vídeos virais sobre o universo dessas bonecas, e pelo relato de pessoas que encontraram um meio de superação emocional ou de expressão artística através do envolvimento com a atividade. Apesar disso, a decisão de Paes foi recebida com críticas e questionamentos, especialmente daqueles que viam na data um reconhecimento necessário à classe das artesãs e ao impacto positivo gerado por seu trabalho.
O veto do prefeito estimulou debates sobre os critérios para reconhecimento de datas comemorativas no calendário da cidade e evidenciou a complexidade no contexto de políticas culturais e sociais adotadas pelo município. Entre apoiadores da proposta, cresceu o movimento em defesa das artesãs e da importância das bonecas reborn como instrumentos de apoio psicológico, destacando experiências positivas de pacientes e profissionais de saúde mental que utilizam as peças como ferramenta terapêutica. Por outro lado, críticos argumentam que a aprovação de tantas datas temáticas pode enfraquecer o calendário oficial e gerar desvio de foco diante de outras pautas prioritárias para a cidade. A repercussão da decisão nas redes sociais foi imediata, com internautas se dividindo entre o apoio ao posicionamento do prefeito e manifestações de desapontamento por parte de quem esperava maior reconhecimento às artistas e ao universo reborn no Rio. O debate público revela, além da polêmica sobre a medida, um cenário de valorização crescente das pequenas iniciativas culturais e da necessidade de diálogo transparente entre os poderes municipais e comunidades envolvidas.
Ao concluir o processo com o veto integral ao projeto referente ao Dia da Cegonha Reborn, Eduardo Paes sinaliza uma posição mais cautelosa em relação a novas inserções de datas comemorativas, indicando a intenção de avaliar com maior rigor propostas similares no futuro. O encaminhamento agora será de responsabilidade da Câmara Municipal, que poderá, em plenário, manter ou derrubar o veto do prefeito, reacendendo discussões no espaço legislativo. A pauta deve gerar discursos sobre a valorização de segmentos artísticos e sociais e os critérios que devem prevalecer para homenagens oficiais na capital. Enquanto a decisão não é definitiva, permanece aberta a reflexão sobre os limites e possibilidades do reconhecimento institucional de movimentos culturais emergentes e a importância de ampliar o debate sobre políticas públicas que considerem impactos sociais, culturais e terapêuticos para a pluralidade da vida urbana carioca.
Perspectivas para o futuro de homenagens culturais no calendário carioca
O episódio envolvendo o veto do Dia da Cegonha Reborn reacende discussões fundamentais sobre os rumos da cultura e das políticas públicas de reconhecimento em cidades multifacetadas como o Rio de Janeiro. A expectativa é de que casos similares passem a ser avaliados com critérios mais definidos, levando em conta impactos sociais, culturais e nuances do contexto local. Para os defensores das reborn e de outras formas de arte artesanal, permanece o desafio de ampliar a visibilidade e o respeito ao seu trabalho, seja por meio de iniciativas privadas, seja através de novos projetos que possam dialogar com políticas culturais consistentes e inclusivas. Enquanto as artesãs continuam a desempenhar papéis importantes na vida de muitas pessoas, as decisões municipais refletem a complexidade de consolidar um calendário que represente, de fato, os diversos atores e tradições culturais presentes na cidade. O debate segue, sinalizando um futuro em que temas como reconhecimento, diversidade cultural, saúde mental e inclusão social devem ocupar lugar central nas agendas de gestores, parlamentares e sociedade civil, fortalecendo o compromisso com um Rio de Janeiro mais plural, inovador e sensível às transformações sociais.
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