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Silas Malafaia defende Wajngarten após demissão pelo PL: “Não gosto de ver covardia”

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Wajngarten é demitido do PL após mensagens críticas sobre Michelle Bolsonaro.

Demissão ocorre após revelação de conversas com Mauro Cid.

O advogado Fábio Wajngarten foi demitido na terça-feira (20) do cargo de assessor de comunicação do ex-presidente Jair Bolsonaro no Partido Liberal (PL). A decisão foi tomada pelo presidente nacional da legenda, Valdemar Costa Neto, atendendo a um pedido direto da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, após a divulgação de mensagens trocadas entre Wajngarten e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência. Nas conversas reveladas pelo portal UOL, datadas de janeiro de 2023, Wajngarten encaminhou a Cid uma notícia sobre a possibilidade de o PL lançar Michelle como candidata presidencial em 2026, caso Bolsonaro se tornasse inelegível – o que acabou se concretizando após julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 30 de junho de 2023. Na troca de mensagens, Cid respondeu à notícia com a frase “Prefiro o Lula”, ao que Wajngarten concordou respondendo “Idem”. O episódio expôs tensões internas no círculo próximo do ex-presidente e culminou com o afastamento de Wajngarten, que recebia aproximadamente R$ 125 mil mensais pelos serviços prestados ao partido, tendo acumulado cerca de R$ 1,5 milhão no ano passado com esse contrato. Procurado após o episódio, o ex-assessor não quis se manifestar sobre sua saída do cargo.

O conteúdo das mensagens divulgadas vai além das críticas sobre uma possível candidatura de Michelle Bolsonaro. Em outra conversa, Wajngarten compartilhou com Cid uma mensagem afirmando que o PL pagaria R$ 39 mil mensais à ex-primeira-dama “porque ela carrega o bolsonarismo sem a rejeição do Bolsonaro”, questionando logo em seguida: “Em que mundo o Valdemar está vivendo”. Segundo fontes próximas ao caso, a relação entre Wajngarten e Michelle já não era das melhores antes mesmo da divulgação dessas conversas, e a ex-primeira-dama vinha trabalhando nos bastidores pela demissão do assessor há algum tempo. A colunista Carla Araújo, do UOL, apontou que a saída de Wajngarten pode trazer consequências para o grupo político ligado ao ex-presidente, principalmente por conta do possível isolamento que essa demissão representa. É importante destacar o contraste entre os valores recebidos por Wajngarten (R$ 125 mil mensais) e Michelle Bolsonaro, que na condição de presidente do PL Mulher recebe um salário significativamente menor, de R$ 32.181 – valor próximo ao mencionado nas mensagens criticadas por Wajngarten. A demissão ocorre em um momento delicado para o grupo político, uma vez que Bolsonaro permanece inelegível e o PL busca estratégias para manter sua relevância no cenário político nacional.

Os desdobramentos da troca de mensagens entre Wajngarten e Mauro Cid também revelam tensões mais profundas dentro do grupo político de Bolsonaro. Em fevereiro de 2023, conforme as mensagens divulgadas, Wajngarten afirmou que o nome da ex-primeira-dama nas disputas eleitorais não traria benefício, “só matérias negativas”. Mauro Cid concordou com essa avaliação e foi além, dizendo que Michelle “tem muito furo” e “muita coisa para queimar, inclusive do passado”. Essas declarações mostram que mesmo dentro do círculo íntimo do ex-presidente havia reservas quanto à viabilidade política da ex-primeira-dama. Na semana passada, antes da demissão ser efetivada, Bolsonaro havia antecipado que cobraria providências de Valdemar Costa Neto sobre as mensagens trocadas, declarando ao portal Metrópoles: “Michelle botava ordem na casa. Ela é quem botava ordem na casa, e o pessoal não gostava. Mas não justifica essa troca de mensagens, ainda mais em janeiro de 2023, quando eu estava elegível. Um falou besteira, o outro concordou. Vou conversar com o Valdemar sobre isso. Vamos ver o que fazer”. Fontes próximas ao caso indicam que a ex-primeira-dama reagiu com forte irritação às mensagens e determinou categoricamente a demissão de Wajngarten, evidenciando seu poder de influência dentro do partido. A situação expõe as fraturas internas no grupo político e levanta questões sobre a unidade do PL em torno de possíveis candidaturas futuras, especialmente considerando que o próprio Bolsonaro segue inelegível para a disputa presidencial de 2026.

A demissão de Fábio Wajngarten marca um capítulo importante na reorganização das forças políticas ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Analistas políticos apontam que essa movimentação pode representar um fortalecimento da posição de Michelle Bolsonaro dentro da estrutura partidária, consolidando seu papel como uma das principais lideranças do PL e possível herdeira política do capital eleitoral do ex-presidente. Ao mesmo tempo, o episódio evidencia as dificuldades enfrentadas pelo grupo para manter a coesão interna diante dos diversos desafios políticos e jurídicos. Para o futuro próximo, espera-se que o PL busque um substituto para a função estratégica que Wajngarten desempenhava, especialmente considerando sua experiência como ex-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) durante o governo Bolsonaro. A saída de uma figura tão próxima ao ex-presidente pode também sinalizar uma nova fase na estratégia comunicacional do partido, possivelmente com maior influência da ala ligada à Michelle Bolsonaro. O episódio também lança luz sobre o papel que a ex-primeira-dama pretende desempenhar no cenário político dos próximos anos, seja como potencial candidata ou como articuladora política. As próximas semanas serão cruciais para observar como o PL irá se reorganizar após essa mudança significativa em sua estrutura de comunicação e assessoria, e como isso afetará o posicionamento do partido no espectro político brasileiro, especialmente com vistas às eleições municipais de 2024 e à presidencial de 2026.

Silas Malafaia sai em defesa de Wajngarten, após demissão do PL: ‘Não gosto de ver covardia’

O pastor Silas Malafaia saiu em defesa de Fábio Wajngarten, ex-assessor de Jair Bolsonaro, após sua demissão do PL nesta semana.

De acordo com o blog de Andreia Sadi, no g1, a decisão foi tomada por Valdemar Costa Neto, presidente do partido, após a revelação das conversas entre Wajngarten e Mauro Cid.

Malafaia, que é líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo e um dos principais aliados de Bolsonaro, se manifestou nas redes sociais contra a decisão do PL. “Você tem minha solidariedade. Não gosto de ver covardia e gente sem memória das coisas boas. Estão sempre prontos para apontar erros, nunca os acertos”, escreveu.

Essa não é a primeira vez que Malafaia critica ações dentro do campo bolsonarista. Em novembro do ano passado, chegou a chamar Bolsonaro de “covarde” e “omisso” por sua atuação nas eleições municipais.

Michelle ganha protagonismo enquanto partido busca nova estratégia

Com a saída de Wajngarten, o PL agora precisa reorganizar sua estratégia de comunicação em um cenário político desafiador para o grupo bolsonarista. A decisão evidencia o poder de influência crescente de Michelle Bolsonaro dentro da estrutura partidária e sinaliza uma possível mudança nos rumos do partido para os próximos pleitos eleitorais. Enquanto isso, o ex-presidente Jair Bolsonaro permanece como figura central do movimento, mesmo inelegível, e deverá trabalhar para manter a unidade de seu grupo político diante das divisões internas que começam a se tornar públicas. A revelação dessas mensagens e a consequente demissão de Wajngarten demonstram que, para além das disputas externas, o grupo político enfrenta também importantes desafios de coesão interna que podem definir seu futuro nas próximas eleições.