Lula concede maior honraria cultural do Brasil à primeira-dama Janja

Lula concede maior honraria cultural do Brasil à primeira-dama Janja e Fernanda Torres.
Cerimônia marca retorno da premiação após seis anos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou na terça-feira, 20 de maio de 2025, a Ordem do Mérito Cultural (OMC) à primeira-dama Rosângela Silva, conhecida como Janja, durante cerimônia realizada no Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro. A condecoração, considerada a principal honraria pública da área cultural brasileira, foi concedida no grau Grã-Cruz, o mais elevado entre os três níveis existentes. O evento, que também marcou as comemorações dos 40 anos do Ministério da Cultura e a reinauguração do Palácio Capanema após dez anos fechado para reformas, contou com a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes, que participou da entrega das medalhas. De acordo com decreto publicado no Diário Oficial da União, a honraria é destinada a “personalidades que se distinguiram por suas relevantes contribuições prestadas à cultura do país”. Além da primeira-dama, outras 111 personalidades e 14 instituições foram contempladas com a premiação, que retorna após seis anos sem ser realizada desde sua interrupção em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A Ordem do Mérito Cultural, criada em 1995, foi entregue anualmente por 24 anos consecutivos até ser suspensa em 2019. O Ministério da Cultura define Janja como uma “socióloga com atuação destacada em causas sociais, direitos das mulheres e combate à fome”, e “engajada na promoção da cultura e da participação popular”, justificando assim sua inclusão entre os homenageados. No mesmo grau máximo da honraria recebido pela primeira-dama, foram condecoradas figuras proeminentes da cultura brasileira, como a atriz Fernanda Torres e o cineasta Walter Salles, protagonista e diretor do longa “Ainda Estou Aqui”, vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional em 2025. O escritor Marcelo Rubens Paiva, autor da obra que inspirou o filme premiado, também está entre os agraciados. A lista dos 41 homenageados com a medalha da Grã-Cruz inclui ainda artistas consagrados como Alceu Valença, Alcione, Arlindo Cruz, Xuxa Meneghel, Chitãozinho e Xororó, Martinho da Vila, Milton Nascimento, Ney Matogrosso, Zezé Motta, Leci Brandão, Chico César e Tia Surica. Entre as homenagens póstumas, foram reconhecidos os músicos e cantores Beth Carvalho, Aldir Blanc e Marília Mendonça, além do ator Paulo Gustavo.
A cerimônia de entrega da Ordem do Mérito Cultural representou um momento significativo para o setor cultural brasileiro, não apenas pela retomada de uma tradição interrompida, mas também pela valorização de diferentes expressões artísticas e culturais do país. “A volta da Ordem do Mérito Cultural é um marco importante, pois valoriza aqueles que constroem a nossa cultura com dedicação e talento”, destacou a ministra Margareth Menezes durante o evento. O retorno da premiação ocorre em um contexto de reconstrução das políticas culturais no Brasil, após o próprio Ministério da Cultura ter sido extinto e posteriormente recriado. A solenidade também marcou a reabertura do emblemático Palácio Gustavo Capanema, importante símbolo da arquitetura modernista brasileira, que passou por reformas iniciadas em 2019 e permaneceu fechado por uma década. A escolha do local para a cerimônia reforça o simbolismo do momento para o setor cultural, unindo a retomada da premiação à recuperação de um espaço histórico para a cultura nacional. A condecoração da primeira-dama gerou repercussão nos meios culturais e políticos, sendo vista por alguns como reconhecimento de seu engajamento em causas culturais e sociais, enquanto outros questionaram os critérios para sua inclusão entre personalidades com longas trajetórias no campo cultural brasileiro.
O evento de premiação estabelece um novo capítulo para a Ordem do Mérito Cultural, que busca recuperar seu papel de reconhecimento às contribuições significativas para a cultura brasileira. A diversidade de premiados na cerimônia reflete diferentes manifestações artísticas e culturais do país, desde a música popular brasileira até o cinema, passando pela literatura e outras expressões. Para a ministra da Cultura, a retomada da premiação simboliza a valorização do setor como elemento fundamental da identidade nacional e do desenvolvimento social. A expectativa é que, nos próximos anos, a honraria volte a ser entregue regularmente, consolidando-se novamente como importante reconhecimento para os que contribuem com o panorama cultural brasileiro. A cerimônia no Rio de Janeiro evidenciou também a importância da descentralização das ações culturais do governo federal, tradicionalmente concentradas em Brasília. Com a reinauguração do Palácio Capanema e a realização deste evento de grande porte, o Ministério da Cultura sinaliza uma política de valorização de diferentes espaços e regiões do país, buscando ampliar o alcance de suas iniciativas e fortalecer a diversidade cultural brasileira após um período de redução de investimentos e políticas públicas para o setor.
Reconhecimento cultural abrange diferentes expressões artísticas
A retomada da Ordem do Mérito Cultural após seis anos representa não apenas uma mudança na política cultural do país, mas também um momento de celebração da diversidade artística brasileira, reunindo personalidades de diferentes gerações e expressões culturais. Com a entrega das condecorações pelo presidente Lula e pela ministra Margareth Menezes, o governo federal reafirma seu compromisso com o setor cultural como elemento estratégico para o desenvolvimento nacional e para a construção da identidade brasileira nos próximos anos.